“Cultura digital é a habilidade de comunicar ou mesclar
qualquer produto baseado em uma linguagem comum digital”. Sim, caro muvuqueiro.
O mundo digital é muito mais do que tweets e posts no Facebook. Pelo digital, é
possível realizar ações concretas e, quem sabe, até influenciar no mundo
físico. E não vai pensando que isso ainda tá só na teoria. Já tem gente
trabalhando (e muito) para que a cultura digital de fato cause mudanças na
nossa vida.
Esse é o caso da dona da primeira fala desse texto, Kamila
Brito, membro da Casa de Cultura Digital do Pará, projeto que nasce com o sonho
de ser um espaço para a circulação de ideias, projetos, pessoas e empresas que
queiram deixar a cultura digital do estado cada vez mais forte. Para Kamila, “tentar
integrar a comunicação, desde o local até o global e vice-versa, em tempo real,
para poder diluir o processo de interação”, faz parte desse sonho.
O cenário da cultura digital em Belém, cidade onde a Casa
está instalada, era promissor, porém disperso. “Já existia informalmente alguns
movimentos e iniciativas nessa área digital em Belém, mas que isoladamente não
teriam tanto impacto para a cidade”, conta Kamila. Nada mais natural do que um
espaço único para unir essas iniciativas, não acham? Assim nasceu a Casa,
montada com a colaboração de algumas empresas como a SB Virtual, MF Consultoria
Empresarial, o Estúdio Fotográfico dos amigos Marcos Barbosa e Leonardo
Mendonça e a MCubo Soluções (Eu Patrocino).
A Casa de Cultura Digital do Pará está numa situação melhor
do que aquela das cantigas de ninar (“não tinha teto, não tinha nada”), mas
ainda “está em fase de estruturação, fechando parcerias, recebendo doações de
livros para a biblioteca e mobilizando pessoas que possam integrar alguns
projetos da casa ou das empresas que já estão nelas”, pelo que conta Kamila.
Mas se acalmem, pois esse tempo que a casa leva para ficar pronta promete valer
a pena.
Reunião dos membros da Casa
As primeiras ações planejadas incluem educar as pessoas
digitalmente por meio de cursos e oficinas sobre o mundo 2.0. Com a informação
e a tecnologia sendo disponibilizadas de forma prática a população, com o tempo
será muito mais fácil que as ações de cultura digital façam uma diferença ainda
maior.
NO PARÁ, CULTURA DIGITAL É TENDÊNCIA
Ainda tem muita coisa boa vindo pela frente. Para Kamila, “o
Pará é um estado promissor para promoção da cultura digital porque tem em sua
composição um povo criativo e rico em manifestações culturais que só tem a se
beneficiar com os potenciais habilitados por meios digitais”. Claro que isso
tudo depende de nós, das nossas iniciativas e de nossas ideias. “Não temos como
prever o que vem pela frente, mas faremos muitas coisas boas dentro da casa que
vão ajudar no desenvolvimento do estado”, diz Kamila.
A tendência para o futuro é fazer com que as ações no mundo
digital tenham verdadeira força para modificar a sociedade em que vivemos. “Os
paraenses terão a oportunidade de cobrar mais por seus direitos em diversas
esferas. Hoje se usa muito a internet para reclamar de muita coisa errada que
acontece no estado, mas se convertermos metade dessas reclamações em atitudes
que possam solucionar alguns desses problemas já será um grande avanço”,
acredita a nossa entrevistada. Cabe a nós ajudar nesse processo e termos
consciência de que podemos fazer muita coisa além do que pensamos quando temos
o mouse na mão.
Endereço da Casa: Rua Apinagés nº 405
Twitter: @ccdpara
Facebook: Casa da Cultura Digital Pará
Texto: Felipe Jailson / Fotos: Divulgação
1 muvucada sobre isso
Não trate a cultura digital como sendo algo alheio ao que chama de "mundo físico". O digital é parte do mundo físico. É, na verdade, um canal a mais de comunicação tal qual o ar que respiramos que é o canal por onde o som propaga em nossas conversas.
As tecnologias digitais permitem, entretanto, novas possibilidades de comunicação em diferentes contextos. E, sim, causa mudanças em nossas vidas há mais de duas décadas. Vide http://sbvirtual.com.br/facebook-cartorio-do-seculo-xxi/ como exemplo de influência dos canais digitais em nossas vidas.
Reforço afirmando que a virtualidade de idéias não é inerente do digital. O conceito está presente na literatura há muitos séculos. Os meios digitais facilitam a interconexão entre essas idéias gerando não só uma rede de pensamentos interligados como também produz novos pensamentos, idéias, produtos, conceitos, arte etc.
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