![]() |
Muvuqueiros ligados no bate-papo sobre mercado de trabalho. (Foto: Marília Jardim) |
Comunicação Esportiva: mais que gritar gol
Abrimos a nossa tarde discutindo comunicação esportiva e os rumos que ela tomou nesse campo do
jornalismo que é um dos mais amados pelo paraense. O comentarista Carlos
Ferreira começou o bate-papo falando do empenho do profissional para conseguir
transmitir ao destinatário informação de qualidade e a qualificação que este
deve ter para desempenhar tal função. “Nada é mais importante do que a
informação bem checada para chegar ao destinatário”, diz o jornalista.
Mesa mediada por Carlos Fernando e composta por Carlos Ferreira, Edson Matoso e Raul Bentes. (Foto: Natália Costa)
O apresentador Raul Bentes falou
da forma inovadora de falar do esporte na TV que a Cultura traz para o
paraense. “Eu me esforcei tanto pra ser imparcial que fui xingado, pensaram que
eu era remista”. Ele contou suas experiências com essa forma de comunicar, falando
da imparcialidade exigida na profissão. Fechando a mesa, Edson Matoso
divertiu nossos muvuqueiros contando suas histórias e experiências vividas
durante sua carreira jornalística.
Made in Pará: a produção cultural do Estado
A mesa de produção cultural
papa-chibé reuniu quase 100 muvuqueiros no auditório do ICB. O músico Diego
Fadul contou um pouco sobre sua vida como artista, ressaltando a internet como
um meio barato para divulgar cultura. Já
a professora Ana Paula Freitas, mestre em Políticas Públicas, abordou a cultura
não apenas no âmbito artístico, mas no seu conceito antropológico. Para ela,
ainda falta pensar nas políticas de cultura para o desenvolvimento, mas essa
situação está mudando e “uma prova disso é essa mesa estar lotada, pois
antigamente não havia esse debate”.
A jornalista Luciane Bessa falou
da cultura como uma disputa de poder entre sentidos. Segundo ela, “a produção
cultural vem para organizar valores simbólicos e disponibilizá-los”, o que
precisa ser feito tanto em forma conceitual quanto técnica. Luciane também
falou um pouco sobre as políticas de extensão em cultura feitas pela
universidade, em especial o prêmio Arte e Cultura da Proex.
Auditório lotado na mesa de produção cultural (Foto: Fabíola Lourenço)
Mercado de Trabalho: onde os caminhos se encontram
Pra falar de mercado de trabalho,
a Muvuca trouxe o publicitário Yuri Moura e as jornalistas Larissa Bezerra e
Ursula Vidal, em uma mesa que mostrou que o mercado já sofreu a convergência
digital e com ela as convergências de mercado. Agora temos que procurar uma
forma de nos adaptar.
Yuri abriu a discussão afirmando
que os jovens querem trabalhar com o que os faz sentir bem. Úrsula Vidal afirmou que “hoje em dia, cada
vez mais empresas precisam de um jornalista para comunicar. Somos profissionais
extremamente valorizados. O jornalista eficiente é aquele que não se conforma
com o não. O que o jornalista faz é política pública, a nossa profissão é
extraordinariamente mobilizadora da sociedade”.
A questão principal foi se o
mercado de trabalho paraense estava preparado para a utilização das redes
sociais. Yuri respondeu que aqui era o lugar certo para isso e Larissa
complementou afirmando que o mercado paraense está mais do que preparado, pois
as pessoas não ficam esperando a mudança chegar. Úrsula finalizou afirmando que
acabou essa história de Pará periférico, “não importa onde estejamos, o que
importa é o conteúdo produzido. Não há lugar melhor que a Amazônia para um
jornalista.”
Um clique, várias faces
A mesa “Um clique, várias faces”,
mediada por Carolina Venturini (UFPA), reuniu profissionais e pesquisadores de
fotografia. Rafael Araújo, publicitário e professor do CESUPA, falou sobre a
fotografia comercial e as peculiaridades do fotojornalismo e da fotografia
publicitária. Ele mostrou um pouco do processo de surgimento da fotografia,
afirmando que “a fotografia nasceu da loucura do homem para entender as
imagens” e, segundo ele, “é interessante ter um novo olhar sobre aquilo que
consumimos todos os dias”.
(Mesa de fotografia com Guy Veloso, Carolina Venturini, Rafael Araújo e Miguel Chikaoka. Foto: Antônio Macedo)
O fotógrafo e pesquisador Guy
Veloso, que fotografa desde os 18 anos, mostrou fotos de um trabalho que
desenvolve desde 2002, o projeto “Penitentes,” composto por fotografias de um
grupo de pessoas existente em diversas partes do país e que praticam rituais
como autoflagelamento e oração pelas almas. Guy mostrou também que para ele
“fotografia é uma coisa séria” e que “até o erro pode dar um bom resultado
estético”.
O fotógrafo Miguel Chikaoka
mostrou um pouco da história da curadoria de fotografia, que começou com a
própria invenção da fotografia e pelo surgimento dos movimentos culturais e
coletivos fotográficos como fotoclubes e escolas de fotografia. Chikaoka
acredita que falta sistematização no ensino de fotografia no Brasil e para ele
“a fotografia é importante enquanto processo, não como resultado”.
Segundo dia de Muvuca e não podia ser melhor. Não, calma, ainda não acabou. É claro que pode ficar melhor. Amanhã
ainda rola mesas de debate no último dia da nossa Cumbuca.
Texto: Gabriela Amorim, Lorena Saraiva e Felipe Jailson.
0 muvucadas sobre isso
Postar um comentário