Muvuqueiros atentos aos bate-papos que rolaram durante toda a tarde. (Foto: Tony Lameira) |
Rádio: em sintonia com a era digital
A tecnologia do rádio digital vem
atender a quem? Foi com esse questionamento que se guiou o bate-papo sobre
rádio que rolou no auditório do ICB. A mediadora Suzana Lopes, jornalista e
mestranda do Programa de pós-graduação da UFPA, acompanhou o jornalista Iran de
Souza no debate da implantação e utilidade da rádio digital no Brasil.
O jornalista Iran de Souza. (Foto: Tony Lameira) |
Iran enfatizou o atraso nas
pesquisas sobre rádio digital no país e a tendência do governo brasileiro à
adesão ao modelo norte-americano HD Radio,
ainda que esse não tenha passado por uma fase de pesquisa e o custo de utilização
seja maior. Definindo quatro fases do rádio, ele demonstrou que a fase atual é
de intensa relação entre o rádio e a web.
“Nesse momento, o rádio avança sobre o território livre da internet e
vice-versa”, afirmou o jornalista. Suzana provocou ainda discussão sobre a
atuação dessa rádio integrada com a web
na região amazônica. Iran respondeu que o caboclo amazônico agora passa por uma
fase de urbanização e o acesso à internet é parte desse processo. A mediadora
encerrou declarando que “pensar o rádio não é tentar unificar em um meio em que
todos terão acesso, mas pensar o uso cultural do rádio”.
Amazônia: construção de mitos e realidades
A discussão iniciou em torno do
comportamento do consumidor paraense em relação aos símbolos locais. Luma
Pontes fez seu TCC relacionado ao tema e constatou que o símbolo que mais
representa a região é a culinária local. Ela constatou também que “as pessoas
com maior qualidade de vida e estudo são as que menos valorizam a cultura
amazônica”. Porém isto não vem de hoje: Luma citou fatores históricos, como a
miscigenação de índios com outros povos, o BUM da borracha e o surgimento da tv
no Pará, contribuíram pra isso.
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Com a palavra, Luma Pontes na mesa de Amazônia: construção de mitos e realidades. (Foto: Antonio Macêdo) |
O professor Luiz Cezar abordou o misticismo amazônico, afirmando que a ideia de Amazônia como inferno verde ainda persiste, pois ele ainda é vendido lá fora. “Nossa região já nasceu em meio ao fantástico e isto reflete na nossa contemporaneidade. O mito faz parte da nossa vida”, diz LZ. Já Peri Dias, puxou para o lado jornalístico ao afirmar que os veículos da grande imprensa estão fazendo uma cobertura fraca e superficial dos temas amazônicos. “Um fator que contribui para a fraca cobertura é a distância e o alto custo de manter repórteres no Pará”, disse. “A falta de conhecimento do jornalista e a da região sul e sudeste em relação ao Pará contribuem para gerar uma imagem distorcida da região”.
Os muvuqueiros não ficaram calados e várias perguntas rolaram, entre elas qual o papel da mídia no processo das ideias pré-formadas e como descontruir isso. “A mídia contribui de forma indiscreta e nos como profissionais devemos sempre buscar pautas e campanhas publicitárias que fujam dos estereótipos”, respondeu Peri Dias.
Produções papa-Xibé: audiovisual paraense em foco
Poucos dias após o centenário do
Cine Olympia, o mais antigo em funcionamento do Brasil, a Muvuca 2012 juntou
fãs da Sétima Arte na mesa produção audiovisual paraense. A professora do curso
de Cinema e Audiovisual da UFPA, Ana Claudia Melo, mediou o encontro entre
Marco Antônio Moreira, Roger Elarrat e Dani Franco, que proporcionou reflexões
e muitas perguntas.
Marco Antônio Moreira, Ana Cláudia Melo, Roger Elarrat e a mediadora Dani Franco. (Foto: Tony Lameira)
As condições de produção
regional, o espaço na mídia, os incentivos públicos e privados e o futuro do
audiovisual paraense estiveram em foco na mesa de debate. Com relação ao fazer
cinema hoje, Roger deixa claro que não basta apenas uma ideia na cabeça e uma
câmera na mão. “Precisamos de profissionalismo, mais do que viver uma
experiência. Deve haver planejamento, para que possamos aparecer no mercado”,
diz o cineasta.
Marketing Político: importância, estratégias e inovações
Marketing político foi a pedida de uma das mesas que encerraram essa tarde de Muvuca. Falar do que o receptor faz com as informações que recebem e como isso influencia seus pensamentos foi o rumo da conversa de Chico Cavalcante, Solon Couto e Pedrox. Todos os nossos muvuqueiros interagiram de forma muito intensa no debate de hoje que aconteceu no auditório Manuel Ayres no ICB.
Mesa de Marketing político. (Foto: Antonio Macêdo) |
Responsabilidade social, política, movimento estudantil e estratégias de comunicação foram pautas dessa intensa conversa entre grandes nomes do Marketing e das redes sociais de Belém. A função do profissional de marketing foi discutida e de lá os muvuqueiros não saíram com respostas, mas sim com muitas perguntas e conhecimento.
É, agora as mesas acabaram. Mas
ainda tem mais um pouquinho de Muvuca com Daniela Silva e muita festa depois.
Se liga, muvuqueiro!
Texto: Mariana Castro, Gustavo Ferreira, Lorena Saraiva e Gabriela Amorim
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