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A mesa, composta por Rodolfo Marques, Sônia Ferro, Fernanda Chocron e mediada por Gabriela Amorim. (Foto: Tony Lameira) |
Televisão: Produção ou
Reprodução? Esta e muitas outras perguntas guiaram a Muvuquinha desta quinta-feira.
O Auditório da Feapa recebeu a sexta e penúltima mini-cumbuca de 2012, sendo palco de um
dos bate-papos mais legais dessa temporada. Sônia Ferro, Rodolfo Marques e
Fernanda Chocron conversaram sobre o papel do receptor no processo de
comunicação televisiva, as inovações da TV digital e o que o futuro reserva
para a mídia mais popular no Brasil.
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Fernanda Chocron, esclarecendo o futuro papel da TV digital no Brasil. (Foto: Antonio Macêdo) |
Fernanda, mestranda em
Comunicação pela UFPA, trouxe suas experiências na graduação e pós-graduação,
plantando várias interrogações na cabeça dos muvuqueiros presentes. “Afinal de
contas, de que TV estamos falando? Há as públicas, educativas, abertas, pagas.
Cada uma tem uma peculiaridade, a produção é diferente”, afirmou.
Trazendo a inovação para a
discussão, Fernanda citou a TV digital, em implantação no Brasil desde 2007, e
como esta novidade muda o jeito de se fazer televisão hoje. Para conseguirmos
espaço, segundo ela, "devemos formar competências para sabermos quem somos e que
conteúdo podemos produzir e mostrar: por mais fechada que a TV aberta seja, o
que é bom nunca é recusado. Além disso, não podemos mais pensar a TV como há 20
anos atrás, quando ela era o único meio para as pessoas e os lugares se
mostrarem”.
Professor da Feapa, Rodolfo tocou
em um assunto crucial nesta discussão: os interesses comerciais que movem a
indústria televisiva no Brasil e no mundo. Segundo ele, por menor que seja a
audiência de uma emissora, ela impacta a vida de alguém e, por trás disso, há
intenções de quem financia a produção. “A TV é uma concessão pública cedida a
empresas privadas", afirma ele, "então, os espaços devem ser preenchidos de modo que todos os
lados sejam agraciados”.
Os avanços tecnológicos, ainda segundo
Rodolfo, provocam mudanças conceituais, tanto no jornalismo quanto na
publicidade. Porém, perguntado sobre como a publicidade está se preparando para
isso, o professor foi categórico: “Não estamos preparados, nem nos preparando.
Ainda não há uma nova preocupação com a linguagem, com a técnica. Estamos
prontos para reinventar o modo de fazer propaganda na TV, só ainda não sabemos
como”.
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Sônia Ferro fala sobre o dia-a-dia de trabalhar na TV. (Foto: Antonio Macêdo) |
Pra contar um pouco da rotina de
produção de uma TV pública, Sônia Ferro, coordenadora de produção da TV
Cultura, mostrou que o conteúdo local pode e deve ter seu espaço, mas que
devemos criar o nosso próprio. Um dos segredos do sucesso dos programas da
emissora, afirma ela, é a mistura entre os profissionais, onde “jornalistas, publicitários,
poetas, atores, artistas plásticos, todos trabalham juntos, e é essa união que
resulta em uma programação genuína e original”.
Contando histórias de seu
trabalho, Sônia reforçou o caráter multiplataformas da programação televisiva
contemporânea. “Muita gente não assiste mais TV só na TV. Hoje o público exige
que nosso conteúdo seja cada vez mais divulgado no portal, e a tendência é que
os conteúdos se espalhem por diversas mídias”, acrescenta a jornalista.
Em dia de largada para a venda
dos Passaportes da Muvuca 2012, continuamos na contagem regressiva. Faltam 19
dias, mas ainda tem mais uma Muvuquinha pela frente. Nossa última parada antes
da beira do rio será a UEPA, no dia 25. Design é a bola da vez. Depois disso,
Muvuquinha só em 2013.
Texto: Gustavo Ferreira
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