Texto: Alice Martins Morais / Fotos: Camila S. Lima
A nossa muvuquinha amarela foi um
grande bate papo com três grandes mulheres que falaram de trajetórias e
empreendedorismo. Foi uma conversa bem harmoniosa, inspiradora e enriquecedora
sempre marcada pelas palavras “planejamento”, “criatividade” e “desafio”.
A mediação dessa vez ficou por conta do Pedrox que agradeceu a vinda da Muvuca a FAP, em nome da instituição, e destacou o fato de ser um evento feito totalmente por alunos, introduzindo para o tema, ao falar que “é um treinamento pra mais tarde”.
Depois de apresentar as
palestrantes, deu a voz à primeira, uma garota de apenas 22 anos que está
traçando a realização de sua ideia, a Layse Almada, estilista e ilustradora,
que faz um trabalho de junção de moda e arte em Belém. Ela contou como foi seu
caminho até agora e as perspectivas para depois. Sua marca de roupa com o
auto-título “Layse Almada” começou a ser pensada enquanto ela fazia o TCC do
bacharel em moda e originou a primeira mini coleção, “Projeto botânica”, com 7
peças. A chave para crescer foi a comunicação (olha só!): tudo começou com uma fanpage que contava o
release de seu trabalho. Ela disse que “graças à divulgação no Facebook,
instagram e outras mídias, consegui levar meu produto para fora do estado”. Com
a visibilidade, fez parceria com uma loja de Macapá e percebeu que precisava
criar uma loja virtual, que mantém hoje em dia.
O desenvolvimento desse projeto
vem a cada coleção: a mais recente, “Desenho tropical”, introduziu roupas
masculinas. Seus produtos são feitos com estampas totalmente em bordado, com
peças exclusivas, delicadas e muito bem planejadas.
Já a segunda palestrante, a
publicitária e produtora da Se Rasgum, Renée Chalu, contou a
trajetória do que “surgiu como uma grande brincadeira” e hoje é uma empresa de
gestão de projetos ligados à música. “Começou com festas na Generalíssimo, num
local chamado Café Taverna”, falou. No Café com Arte, o Se Rasgum tomou uma outra proporção: lá, começaram a chamar
artistas para tocar nas festas. À época, estava tendo uma onda de festivais
independentes e ela, junto a seus sócios, o que inclui o jornalista Marcelo
Dalmaso, acharam que tava na hora de Belém ter um evento como esses também. Foi
então que conseguiram ser aprovados num edital de incetivo cultural e foram
atrás de patrocínio, realizando a primeira edição em 2006, no Parque dos
Igarapés. O Se Rasgum faz um diálogo
com outras artes e se centra no grande festival anual.
Depois de apresentar o trabalho
de quem começou e mantém um empreendedorismo, chegou a hora de mostrar quem
pode acolher o empreendedorismo dos muvuqueiros. Chegou a hora de Andrea
Vieira, coordenadora de empreendedorismo e inovação da Incubadora Pará Criativo.
A economista primeiro levantou o
cenário da economia criativa no Brasil, dizendo que ainda é novidade e um
desafio no país e que sofremos com um problema cultural de falta de instrução e
incentivo à prática. Segundo ela, empreendedorismo deveria ser ensinado desde o
início da formação educacional.
Em seguida, apresentou a Pará
Criativo. É um programa nacional da Secretaria da Economia Criativa que tem
como princípios norteadores diversidade cultural, inovação, sustentabilidade e
inclusão social e visa a tornar as ideias em produtos reais. O programa oferece
suporte e profissionalização aos empreendedores, mostrando caminhos às ideias.
Suas ações têm o intuito de
aproximar o empresariado e os produtores culturais, através de feiras e cursos
gratuitos, por exemplo. Para quem quiser uma consultoria, é só passar lá no
Instituto de Artes do Pará, o IAP, onde a Pará Criativo está instalada, de 9h
às 17h.
Da direita para esquerda, Pedrox, Renée Chalu, Andrea Vieira e Layse Almada |
O cenário paraense – Para as palestrantes, nosso estado tem algumas
dificuldades que são obstáculos para o empreendedor da economia criativa
paraense, principalmente por estar longe do eixo cultural brasileiro,
localizado no Sul/Sudeste do país, como colocou Renée. Andrea complementou
dizendo que aqui o empresariado não tem a cultura de apoiar projetos culturais,
há uma grande falta de incentivos.
Mas nem só de dores se constrói
esse cenário, há também o lado positivo. Layse falou que em Belém “todo mundo
se abraça”. Quando montou sua linha, por exemplo, conseguiu parcerias com
várias pessoas da área, como blogueiros, designers de moda e de jóias.
Renée acrescentou falando das
vantagens do mercado paraense em ter uma diversidade cultural enorme que
proporciona um alto número de gente talentosa com trabalho de qualidade. É um
potencial muito forte que precisa ser aproveitado.
Como dar rumo aos pensamentos - Para as três, são alguns fatores
básicos que se têm que levar sempre para tocar à frente um projeto cultural que
se imaginou: persistência, coragem, pensamento positivo, força de vontade,
largar a comodidade, ir atrás de qualificação, analisar o mercado, fazer
pesquisa sobre o assunto e o principal: muito, mas muito mesmo, planejamento.
“A dificuldade é grande, mas vale a pena”, Andrea motivou. “A gente precisa
viver de sonhos, porque sem sonhos a gente não vive, a gente sobrevive”,
finalizou.
Quer mais? A Muvuquinha da Estácio FAP trouxe um debate que recheou
a cumbuca de todo mundo de mais ideias. O que fazer com elas, por onde ir? São
mais novos caminhos para novas ideias que você vai conhecer cada vez mais
acompanhando a Muvuca. Logo em breve, saberá o próximo. Fique conectado no
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Instagram e Twitter e até a próxima!
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