sexta-feira, 23 de maio de 2014

Direcionar a criatividade foi o tema central da 2ª Muvuquinha

Texto: Alice Martins Morais / Fotos: Camila S. Lima

A nossa muvuquinha amarela foi um grande bate papo com três grandes mulheres que falaram de trajetórias e empreendedorismo. Foi uma conversa bem harmoniosa, inspiradora e enriquecedora sempre marcada pelas palavras “planejamento”, “criatividade” e “desafio”.

A mediação dessa vez ficou por conta do Pedrox que agradeceu a vinda da Muvuca a FAP, em nome da instituição, e destacou o fato de ser um evento feito totalmente por alunos, introduzindo para o tema, ao falar que “é um treinamento pra mais tarde”.

Depois de apresentar as palestrantes, deu a voz à primeira, uma garota de apenas 22 anos que está traçando a realização de sua ideia, a Layse Almada, estilista e ilustradora, que faz um trabalho de junção de moda e arte em Belém. Ela contou como foi seu caminho até agora e as perspectivas para depois. Sua marca de roupa com o auto-título “Layse Almada” começou a ser pensada enquanto ela fazia o TCC do bacharel em moda e originou a primeira mini coleção, “Projeto botânica”, com 7 peças. A chave para crescer foi a comunicação (olha só!): tudo começou com uma fanpage que contava o release de seu trabalho. Ela disse que “graças à divulgação no Facebook, instagram e outras mídias, consegui levar meu produto para fora do estado”. Com a visibilidade, fez parceria com uma loja de Macapá e percebeu que precisava criar uma loja virtual, que mantém hoje em dia.

O desenvolvimento desse projeto vem a cada coleção: a mais recente, “Desenho tropical”, introduziu roupas masculinas. Seus produtos são feitos com estampas totalmente em bordado, com peças exclusivas, delicadas e muito bem planejadas.

Já a segunda palestrante, a publicitária e produtora da Se Rasgum, Renée Chalu, contou a trajetória do que “surgiu como uma grande brincadeira” e hoje é uma empresa de gestão de projetos ligados à música. “Começou com festas na Generalíssimo, num local chamado Café Taverna”, falou. No Café com Arte, o Se Rasgum tomou uma outra proporção: lá, começaram a chamar artistas para tocar nas festas. À época, estava tendo uma onda de festivais independentes e ela, junto a seus sócios, o que inclui o jornalista Marcelo Dalmaso, acharam que tava na hora de Belém ter um evento como esses também. Foi então que conseguiram ser aprovados num edital de incetivo cultural e foram atrás de patrocínio, realizando a primeira edição em 2006, no Parque dos Igarapés. O Se Rasgum faz um diálogo com outras artes e se centra no grande festival anual.

Depois de apresentar o trabalho de quem começou e mantém um empreendedorismo, chegou a hora de mostrar quem pode acolher o empreendedorismo dos muvuqueiros. Chegou a hora de Andrea Vieira, coordenadora de empreendedorismo e inovação da Incubadora Pará Criativo.

A economista primeiro levantou o cenário da economia criativa no Brasil, dizendo que ainda é novidade e um desafio no país e que sofremos com um problema cultural de falta de instrução e incentivo à prática. Segundo ela, empreendedorismo deveria ser ensinado desde o início da formação educacional.

Em seguida, apresentou a Pará Criativo. É um programa nacional da Secretaria da Economia Criativa que tem como princípios norteadores diversidade cultural, inovação, sustentabilidade e inclusão social e visa a tornar as ideias em produtos reais. O programa oferece suporte e profissionalização aos empreendedores, mostrando caminhos às ideias.

Suas ações têm o intuito de aproximar o empresariado e os produtores culturais, através de feiras e cursos gratuitos, por exemplo. Para quem quiser uma consultoria, é só passar lá no Instituto de Artes do Pará, o IAP, onde a Pará Criativo está instalada, de 9h às 17h.

Da direita para esquerda, Pedrox, Renée Chalu, Andrea Vieira e Layse Almada

O cenário paraense – Para as palestrantes, nosso estado tem algumas dificuldades que são obstáculos para o empreendedor da economia criativa paraense, principalmente por estar longe do eixo cultural brasileiro, localizado no Sul/Sudeste do país, como colocou Renée. Andrea complementou dizendo que aqui o empresariado não tem a cultura de apoiar projetos culturais, há uma grande falta de incentivos.

Mas nem só de dores se constrói esse cenário, há também o lado positivo. Layse falou que em Belém “todo mundo se abraça”. Quando montou sua linha, por exemplo, conseguiu parcerias com várias pessoas da área, como blogueiros, designers de moda e de jóias.

Renée acrescentou falando das vantagens do mercado paraense em ter uma diversidade cultural enorme que proporciona um alto número de gente talentosa com trabalho de qualidade. É um potencial muito forte que precisa ser aproveitado.

Como dar rumo aos pensamentos - Para as três, são alguns fatores básicos que se têm que levar sempre para tocar à frente um projeto cultural que se imaginou: persistência, coragem, pensamento positivo, força de vontade, largar a comodidade, ir atrás de qualificação, analisar o mercado, fazer pesquisa sobre o assunto e o principal: muito, mas muito mesmo, planejamento. “A dificuldade é grande, mas vale a pena”, Andrea motivou. “A gente precisa viver de sonhos, porque sem sonhos a gente não vive, a gente sobrevive”, finalizou.


Quer mais? A Muvuquinha da Estácio FAP trouxe um debate que recheou a cumbuca de todo mundo de mais ideias. O que fazer com elas, por onde ir? São mais novos caminhos para novas ideias que você vai conhecer cada vez mais acompanhando a Muvuca. Logo em breve, saberá o próximo. Fique conectado no blog, Facebook, Instagram e Twitter e até a próxima!



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