Com tanta gente boa em comunicação morando em Belém, por que não juntá-los em uma mesa para debater com os muvuqueiros temas bem interessantes dentro da programação da Muvuca? As nossas mesas de debate vieram para cumprir esse papel: Incentivar a discussão, o diálogo, a troca de ideias e referências. Durante dois dias, foram abordados assuntos que tinham a ver com tendências e comunicação. Vamos lembrar juntos do que rolou?
09 de maio
Às 14h:
Ninguém desgruda os olhos da mesa de Moda |
A mesa mais fashion da Muvuca deixou os participantes ainda
mais apaixonados pelo tema. A introdução da mediadora Luiza Coutinho, que disse
que “não existe moda sem comunicação”, foi complementada pelo primeiro
debatedor, Renan Viana, que falou da importância da fotografia e dos editoriais
em moda para a divulgação das marcas. O historiador Rui Jorge Jr nos
contextualizou mostrando como a moda foi retratada na história da imprensa
paraense e Graziela Ribeiro nos embasou teoricamente falando sobre o caráter
semiológico da moda, a roupa como signo.
“Jornalismo cultural, muito além da agenda.”
Os debatedores na mesa de Jornalismo Cultural |
“Todo jornalista é um jornalista cultural, pois cultura é
tudo”. Foi com essa frase que Elvis Rocha, editor da Gotaz, abriu a mesa. Ao
seu lado, o jornalista Ismael Machado falou da importância do profissional ter
a mente aberta e focos de interesse diversos para desempenhar bem seu trabalho.
A mesa, também composta por Marcelo Damaso da revista Seleta e mediada por
Luciana Medeiros, enfatizou a importância de se compreender o ambiente cultural
no qual se vive e a de exercer a opinião crítica no jornalismo cultural. Mais
do que um debate, a mesa foi um bate-papo, encerrado com sorteio das revistas
Gotaz e Seleta.
Às 16h:
Com mediação da professora Danuta Leão, nessa mesa, a
professora da Unama, Manuela Corral, iniciou o debate nos ajudando a visualizar
quem são os jovens dos quais estamos falando: não homogêneos, em busca do
autorreconhecimento e que por meio de atitudes como o ciberativismo, procuram
fugir dos rótulos. Dois cases de sucesso entre o jovens foram apresentados. Um foi
a página Salve Job, que alcançou mais de 8 mil likes em apenas uma semana,
apresentada pela designer Renata Caraih. Gil Yonezawa veio para falar da Meachuta,
nascida para suprir a falta de festas de música pop na cidade e que investindo
em redes sociais, conseguiu atingir o público jovem.
Depois do debate, foto dos debatedores |
“A tendência não é mais pensar no extermínio da mídia
pré-existente, mas na convergência de mídia”. Com essa reflexão, o mediador
Pedro Loureiro iniciou o debate na mesa. Da mídia impressa, veio o jornalista
Fábio Nóvoa, que depois de mostrar diferenças e semelhanças entre web e
impresso, chegou à conclusão: “As pessoas tem que parar de pensar que o jornalismo
é o veículo. Jornalismo é a informação”. Representando o G1 Pará, Ingo Muller
falou da agilidade e da ousadia que a internet permite. Encerrando o papo, a
professora Ana Prado deu todo o contexto da evolução das mídias e deixou uma
reflexão, seja para o impresso ou para o digital: “O que nos move é o interesse
público ou o interesse do público?”
10 de maio
Às 14:
“História e comunicação: diálogos e vestígios.”
Fomos fuçar na história da comunicação na mesa, começando
com a fala da professora Netília Seixas que deu um panorama de diversos grupos
de pesquisa do Brasil que trabalham como comunicação e história, como é o caso
da Alcar (Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia). Ao seu
lado estiveram Marcus Vinnicius Cavalcante Leite e o professor e fotógrafo
Michel Pinho, dando exemplos de como a comunicação pode ajudar a registrar a
história.
Igor Fonseca na Muvuca 2013! |
“A espetacularização da notícia: quais os limites da mídia?”
Não precisamos de nenhuma manchete tendenciosa pra divulgar
a mesa para que a mesma fosse um
sucesso. O debate começou com a professora Rosane Steinbrenner questionando os
limites da mídia. Para ela, “o sensacionalismo nos convida não a pensar, mas a
sentir” e faz parte do espetáculo. Meg Barros, vereadora que também estava na
mesa, disse que “o sensacionalismo está em todo lugar” e o jornalista Igor
Fonseca apontou o imediatismo da notícia como uma das causas do
sensacionalismo. “A gente não quer nada pra depois, a gente quer pra ontem”,
conclui nosso convidado.
Às 16h:
A interação dos muvuqueiros com perguntas |
A história e importância dos games norteou a mesa. O
debatedor Elinaldo Azevedo falou sobre o curso de Jogos Digitais do IESAM e
como ele está contribuindo para a formação desses profissionais na região. O
gamer Rafael Oliveira falou de como os games estimulam o tato, a visão, o
olfato e ainda estimulam a aprendizagem do inglês. O mediador Timóteo Lopes também não deixou o debate morrer e os muvuqueiros interagiram com diversas perguntas.
“Séries: o fast-food do audiovisual.”
O mediador Harada Ono perguntou: “Como vocês veem o produto
série desenvolvendo tendências e como produto do nosso meio?” O bastante para
os debatedores da mesa terem assunto para o resto da tarde. Carlos Amorim, diretor do programa Cine TV News, afirmou que as pessoas influenciam as séries muito mais do que as séries influenciam as pessoas, pois as séries refletem a realidade de seu tempo. Acompanhado de Sérgio Fiore do blog 100Grana e de se Saulo Sisnando da websérie A Solteirona, o bate-papo passou pelas dificuldades de produção de uma série, o impacto que elas têm em uma sociedade e muito mais.
Fotos: Ana Lídia Vieira, Laís Cardoso, Laís Teixeira, Antonio Macêdo e Tarcízio Macêdo
Texto: Felipe Jailson, com informações da Des(organização)
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