sexta-feira, 4 de maio de 2012

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Sérgio Gwercman empolga muvuqueiros com palestra mais que interessante

Sérgio Gwercman e o lema da Superinteressante. (Foto: Roberta Aragão)
Em dia de programação desde as oito da manhã, com oficinas e mesas de debates, além de um grande show com a banda Molho Negro, nem o cansaço fez a galera arredar pé do Centro de Eventos Benedito Nunes, na noite desta quinta. O motivo? A palestra tinha tudo pra ser super. E foi. Nossos hosts anunciaram em alto e bom humor: Sérgio Gwercman, diretor de redação da Superinteressante, 2ª maior publicação mensal do país, nos deu a honra de sua presença na cumbuca, em mais de duas horas muito divertidas e construtivas.


Gwercman falou da juventude de 25 anos atrás, quando a Super foi lançada, e de como era o perfil do público e do conceito editorial da revista. “Naquela época, os editores achavam que a Super era a dose mensal de conhecimento que o jovem precisava, e não é absurdo pensar que era assim em 1987. Hoje, com certeza, seria”, conta o jornalista.

A publicação foi criada com a proposta de mostrar como a ciência poderia ser divertida, e por isso sempre foi inovadora. Isso justifica o enorme sucesso da Super, que se consolidou nos anos 90 e 2000, até que chegou mais alguém nessa roda, e mudou os rumos da comunicação e da humanidade: a internet.

Os muvuqueiros curtiram a palestra da segunda noite de Muvuca.
(Foto: Zek Nascimento)
A Wikipedia, maior enciclopédia virtual contemporânea, foi o exemplo dado por Gwercman para ilustrar como os gostos dos públicos obriga a revista a se reinventar. Afinal de contas, na opinião dele, “se a Super reproduzisse apenas a Wiki, o interesse pela leitura diminuiria, sem contar que o site é gratuito, você não precisa pagar mais de 11 mangos ”.

O ponto-chave da inovação da Super é a “queda do muro”, expressão criada por Gwercman para simbolizar o fim das fronteiras entre jornalistas e designers: “Se queremos produzir exclusividade, devemos mudar o caminho da produção, e a interação entre os profissionais é fundamental”.

“A revista deve ser o assunto nas mesas de bar”. É o que afirma o jornalista, ao explicar como as matérias têm que ter conteúdo interessante. Gwercman diz que “o leitor deve sempre estar no nosso retrovisor, sem buscar superioridade, muito menos falar da coisas que todos sabem e como todos sabem”. Para isso, quem faz a Super segue oito lemas gerais, que estimulam a qualidade, fugindo da previsibilidade e criando polêmicas, mas com foco.

Em resumo, a palestra que encerrou a segunda noite da Muvuca 2012 nos fez refletir sobre as mudanças no perfil do jovem, público-alvo da Super, além das transformações na sociedade e como o jornalismo e a comunicação acompanharam essa onda. “Hoje não basta mais saber por que uma história está sendo contada, e sim como”, disse Gwercman.
Na hora do bate-papo, mais troca de
conhecimento. (Foto: Tammy Caldas)

Assim, nesse ritmo, nós vivemos a “era da autoria universal, e essa missão está perto de ser concluída”, devido ao grande número de pessoas conectadas que produzem algum tipo de conteúdo, seja uma foto – no caso, as nossas fotos, ou seja, POPS – ou um texto, um tweet.

Interação também foi a palavra da vez. Os muvuqueiros presentes indagaram o convidado sobre diversos assuntos, relacionados à produção de conteúdo na revista, e Gwercman reafirmou o compromisso da Super com o inédito: “Todo modelo editorial segue fórmulas, inclusive a Super. O que nós buscamos sempre é fugir do previsível. Precisamos transformar o relevante em interessante e vice versa”.

Então, deu pra sentir um pouquinho como foi a palestra com o Gwercman? O bate-papo foi bem produtivo, divertido e deixou todos os muvuqueiros empolgados e felizes, prontos pro último dia da nossa Muvuca. Amanhã, pra fechar com chave de ouro, será a vez da nossa Mulher-Transparência, Daniela Silva. Corre e vem muvucar, porque depois, só em 2013.

Texto: Gustavo Ferreira


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