quinta-feira, 3 de maio de 2012

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Mesas de debates movimentam a tarde da Muvuca

Muvuqueiros ligados no bate-papo sobre mercado de trabalho. (Foto: Marília Jardim)
E começaram as mesas de debate da Muvuca 2012! Com temáticas como fotografia e produção cultural, profissionais se reuniram a estudantes para acrescentar mais conhecimento e diversão a nossa Cumbuca. Vem que a gente te conta como foi.

Comunicação Esportiva: mais que gritar gol

Abrimos a nossa tarde discutindo comunicação esportiva e os rumos que ela tomou nesse campo do jornalismo que é um dos mais amados pelo paraense. O comentarista Carlos Ferreira começou o bate-papo falando do empenho do profissional para conseguir transmitir ao destinatário informação de qualidade e a qualificação que este deve ter para desempenhar tal função. “Nada é mais importante do que a informação bem checada para chegar ao destinatário”, diz o jornalista.

Mesa mediada por Carlos Fernando e composta por Carlos Ferreira, Edson Matoso e Raul Bentes. (Foto: Natália Costa)

O apresentador Raul Bentes falou da forma inovadora de falar do esporte na TV que a Cultura traz para o paraense. “Eu me esforcei tanto pra ser imparcial que fui xingado, pensaram que eu era remista”. Ele contou suas experiências com essa forma de comunicar, falando da imparcialidade exigida na profissão. Fechando a mesa, Edson Matoso divertiu nossos muvuqueiros contando suas histórias e experiências vividas durante sua carreira jornalística.

Made in Pará: a produção cultural do Estado

A mesa de produção cultural papa-chibé reuniu quase 100 muvuqueiros no auditório do ICB. O músico Diego Fadul contou um pouco sobre sua vida como artista, ressaltando a internet como um meio barato para divulgar cultura. Já a professora Ana Paula Freitas, mestre em Políticas Públicas, abordou a cultura não apenas no âmbito artístico, mas no seu conceito antropológico. Para ela, ainda falta pensar nas políticas de cultura para o desenvolvimento, mas essa situação está mudando e “uma prova disso é essa mesa estar lotada, pois antigamente não havia esse debate”.

 Auditório lotado na mesa de produção cultural (Foto: Fabíola Lourenço)

A jornalista Luciane Bessa falou da cultura como uma disputa de poder entre sentidos. Segundo ela, “a produção cultural vem para organizar valores simbólicos e disponibilizá-los”, o que precisa ser feito tanto em forma conceitual quanto técnica. Luciane também falou um pouco sobre as políticas de extensão em cultura feitas pela universidade, em especial o prêmio Arte e Cultura da Proex.


Mercado de Trabalho: onde os caminhos se encontram

Pra falar de mercado de trabalho, a Muvuca trouxe o publicitário Yuri Moura e as jornalistas Larissa Bezerra e Ursula Vidal, em uma mesa que mostrou que o mercado já sofreu a convergência digital e com ela as convergências de mercado. Agora temos que procurar uma forma de nos adaptar.
(Mesa de Mercado de Trabalho. Foto: Marília Jardim)
Yuri abriu a discussão afirmando que os jovens querem trabalhar com o que os faz sentir bem.  Úrsula Vidal afirmou que “hoje em dia, cada vez mais empresas precisam de um jornalista para comunicar. Somos profissionais extremamente valorizados. O jornalista eficiente é aquele que não se conforma com o não. O que o jornalista faz é política pública, a nossa profissão é extraordinariamente mobilizadora da sociedade”.

A questão principal foi se o mercado de trabalho paraense estava preparado para a utilização das redes sociais. Yuri respondeu que aqui era o lugar certo para isso e Larissa complementou afirmando que o mercado paraense está mais do que preparado, pois as pessoas não ficam esperando a mudança chegar. Úrsula finalizou afirmando que acabou essa história de Pará periférico, “não importa onde estejamos, o que importa é o conteúdo produzido. Não há lugar melhor que a Amazônia para um jornalista.”

Um clique, várias faces

A mesa “Um clique, várias faces”, mediada por Carolina Venturini (UFPA), reuniu profissionais e pesquisadores de fotografia. Rafael Araújo, publicitário e professor do CESUPA, falou sobre a fotografia comercial e as peculiaridades do fotojornalismo e da fotografia publicitária. Ele mostrou um pouco do processo de surgimento da fotografia, afirmando que “a fotografia nasceu da loucura do homem para entender as imagens” e, segundo ele, “é interessante ter um novo olhar sobre aquilo que consumimos todos os dias”.

(Mesa de fotografia com Guy Veloso, Carolina Venturini, Rafael Araújo e Miguel Chikaoka. Foto: Antônio Macedo)

O fotógrafo e pesquisador Guy Veloso, que fotografa desde os 18 anos, mostrou fotos de um trabalho que desenvolve desde 2002, o projeto “Penitentes,” composto por fotografias de um grupo de pessoas existente em diversas partes do país e que praticam rituais como autoflagelamento e oração pelas almas. Guy mostrou também que para ele “fotografia é uma coisa séria” e que “até o erro pode dar um bom resultado estético”.

O fotógrafo Miguel Chikaoka mostrou um pouco da história da curadoria de fotografia, que começou com a própria invenção da fotografia e pelo surgimento dos movimentos culturais e coletivos fotográficos como fotoclubes e escolas de fotografia. Chikaoka acredita que falta sistematização no ensino de fotografia no Brasil e para ele “a fotografia é importante enquanto processo, não como resultado”.

Segundo dia de Muvuca e não podia ser melhor. Não, calma, ainda não acabou. É claro que pode ficar melhor. Amanhã ainda rola mesas de debate no último dia da nossa Cumbuca.

Texto: Gabriela Amorim, Lorena Saraiva e Felipe Jailson.


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