sexta-feira, 4 de maio de 2012

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Do rádio ao marketing político: veja como foram as mesas de debate dessa sexta


Muvuqueiros atentos aos bate-papos que rolaram durante toda a tarde. (Foto: Tony Lameira)
O segundo e último dia de mesas de debate da nossa Cumbuca foi cheio de conhecimento e troca de ideias. Com temáticas regionais e globais, como rádio e marketing, a tarde de hoje (4) trouxe profissionais e professores para apimentarem a Muvuca. É claro que a gente conta o que rolou pela beira do rio. Então presta atenção.


Rádio: em sintonia com a era digital

A tecnologia do rádio digital vem atender a quem? Foi com esse questionamento que se guiou o bate-papo sobre rádio que rolou no auditório do ICB. A mediadora Suzana Lopes, jornalista e mestranda do Programa de pós-graduação da UFPA, acompanhou o jornalista Iran de Souza no debate da implantação e utilidade da rádio digital no Brasil.

O jornalista Iran de Souza. (Foto: Tony Lameira)
Iran enfatizou o atraso nas pesquisas sobre rádio digital no país e a tendência do governo brasileiro à adesão ao modelo norte-americano HD Radio, ainda que esse não tenha passado por uma fase de pesquisa e o custo de utilização seja maior. Definindo quatro fases do rádio, ele demonstrou que a fase atual é de intensa relação entre o rádio e a web. “Nesse momento, o rádio avança sobre o território livre da internet e vice-versa”, afirmou o jornalista. Suzana provocou ainda discussão sobre a atuação dessa rádio integrada com a web na região amazônica. Iran respondeu que o caboclo amazônico agora passa por uma fase de urbanização e o acesso à internet é parte desse processo. A mediadora encerrou declarando que “pensar o rádio não é tentar unificar em um meio em que todos terão acesso, mas pensar o uso cultural do rádio”.

Amazônia: construção de mitos e realidades

A discussão iniciou em torno do comportamento do consumidor paraense em relação aos símbolos locais. Luma Pontes fez seu TCC relacionado ao tema e constatou que o símbolo que mais representa a região é a culinária local. Ela constatou também que “as pessoas com maior qualidade de vida e estudo são as que menos valorizam a cultura amazônica”. Porém isto não vem de hoje: Luma citou fatores históricos, como a miscigenação de índios com outros povos, o BUM da borracha e o surgimento da tv no Pará, contribuíram pra isso.

Com a palavra, Luma Pontes na mesa de Amazônia: construção de mitos e realidades. (Foto: Antonio Macêdo)

O professor Luiz Cezar abordou o misticismo amazônico, afirmando que a ideia de Amazônia como inferno verde ainda persiste, pois ele ainda é vendido lá fora. “Nossa região já nasceu em meio ao fantástico e isto reflete na nossa contemporaneidade. O mito faz parte da nossa vida”, diz LZ. Já Peri Dias, puxou para o lado jornalístico ao afirmar que os veículos da grande imprensa estão fazendo uma cobertura fraca e superficial dos temas amazônicos. “Um fator que contribui para a fraca cobertura é a distância e o alto custo de manter repórteres no Pará”, disse. “A falta de conhecimento do jornalista e a  da região sul e sudeste em relação ao Pará contribuem para gerar uma imagem distorcida da região”.

Os muvuqueiros não ficaram calados e várias perguntas rolaram, entre elas qual o papel da mídia no processo das ideias pré-formadas e como descontruir isso. “A mídia contribui de forma indiscreta e nos como profissionais devemos sempre buscar pautas e campanhas publicitárias que fujam dos estereótipos”, respondeu Peri Dias.


Produções papa-Xibé: audiovisual paraense em foco

Poucos dias após o centenário do Cine Olympia, o mais antigo em funcionamento do Brasil, a Muvuca 2012 juntou fãs da Sétima Arte na mesa produção audiovisual paraense. A professora do curso de Cinema e Audiovisual da UFPA, Ana Claudia Melo, mediou o encontro entre Marco Antônio Moreira, Roger Elarrat e Dani Franco, que proporcionou reflexões e muitas perguntas.

Marco Antônio Moreira, Ana Cláudia Melo, Roger Elarrat e a mediadora Dani Franco. (Foto: Tony Lameira)

As condições de produção regional, o espaço na mídia, os incentivos públicos e privados e o futuro do audiovisual paraense estiveram em foco na mesa de debate. Com relação ao fazer cinema hoje, Roger deixa claro que não basta apenas uma ideia na cabeça e uma câmera na mão. “Precisamos de profissionalismo, mais do que viver uma experiência. Deve haver planejamento, para que possamos aparecer no mercado”, diz o cineasta.

Marketing Político: importância, estratégias e inovações


Marketing político foi a pedida de uma das mesas que encerraram essa tarde de Muvuca. Falar do que o receptor faz com as informações que recebem e como isso influencia seus pensamentos foi o rumo da conversa de Chico Cavalcante, Solon Couto e Pedrox. Todos os nossos muvuqueiros interagiram de forma muito intensa no debate de hoje que aconteceu no auditório Manuel Ayres no ICB.

Mesa de Marketing político. (Foto: Antonio Macêdo)

Responsabilidade social, política, movimento estudantil e estratégias de comunicação foram pautas dessa intensa conversa entre grandes nomes do Marketing e das redes sociais de Belém. A função do profissional de marketing foi discutida e de lá os muvuqueiros não saíram com respostas, mas sim com muitas perguntas e conhecimento.

É, agora as mesas acabaram. Mas ainda tem mais um pouquinho de Muvuca com Daniela Silva e muita festa depois. Se liga, muvuqueiro!

Texto: Mariana Castro, Gustavo Ferreira, Lorena Saraiva e Gabriela Amorim


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