sexta-feira, 13 de abril de 2012

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No ar, mais uma Muvuquinha: um papo sobre TV na Feapa

A mesa, composta por Rodolfo Marques, Sônia Ferro, Fernanda Chocron e mediada por Gabriela Amorim. (Foto: Tony Lameira)
Televisão: Produção ou Reprodução? Esta e muitas outras perguntas guiaram a Muvuquinha desta quinta-feira. O Auditório da Feapa recebeu a sexta e penúltima mini-cumbuca de 2012, sendo palco de um dos bate-papos mais legais dessa temporada. Sônia Ferro, Rodolfo Marques e Fernanda Chocron conversaram sobre o papel do receptor no processo de comunicação televisiva, as inovações da TV digital e o que o futuro reserva para a mídia mais popular no Brasil.

Fernanda Chocron, esclarecendo o futuro papel
da TV digital no Brasil. (Foto: Antonio Macêdo)
Fernanda, mestranda em Comunicação pela UFPA, trouxe suas experiências na graduação e pós-graduação, plantando várias interrogações na cabeça dos muvuqueiros presentes. “Afinal de contas, de que TV estamos falando? Há as públicas, educativas, abertas, pagas. Cada uma tem uma peculiaridade, a produção é diferente”, afirmou.

Trazendo a inovação para a discussão, Fernanda citou a TV digital, em implantação no Brasil desde 2007, e como esta novidade muda o jeito de se fazer televisão hoje. Para conseguirmos espaço, segundo ela, "devemos formar competências para sabermos quem somos e que conteúdo podemos produzir e mostrar: por mais fechada que a TV aberta seja, o que é bom nunca é recusado. Além disso, não podemos mais pensar a TV como há 20 anos atrás, quando ela era o único meio para as pessoas e os lugares se mostrarem”.

Professor da Feapa, Rodolfo tocou em um assunto crucial nesta discussão: os interesses comerciais que movem a indústria televisiva no Brasil e no mundo. Segundo ele, por menor que seja a audiência de uma emissora, ela impacta a vida de alguém e, por trás disso, há intenções de quem financia a produção. “A TV é uma concessão pública cedida a empresas privadas", afirma ele, "então, os espaços devem ser preenchidos de modo que todos os lados sejam agraciados”.

Os avanços tecnológicos, ainda segundo Rodolfo, provocam mudanças conceituais, tanto no jornalismo quanto na publicidade. Porém, perguntado sobre como a publicidade está se preparando para isso, o professor foi categórico: “Não estamos preparados, nem nos preparando. Ainda não há uma nova preocupação com a linguagem, com a técnica. Estamos prontos para reinventar o modo de fazer propaganda na TV, só ainda não sabemos como”.

Sônia Ferro  fala sobre o dia-a-dia
de trabalhar na TV. (Foto: Antonio Macêdo)
Pra contar um pouco da rotina de produção de uma TV pública, Sônia Ferro, coordenadora de produção da TV Cultura, mostrou que o conteúdo local pode e deve ter seu espaço, mas que devemos criar o nosso próprio. Um dos segredos do sucesso dos programas da emissora, afirma ela, é a mistura entre os profissionais, onde “jornalistas, publicitários, poetas, atores, artistas plásticos, todos trabalham juntos, e é essa união que resulta em uma programação genuína e original”.

Contando histórias de seu trabalho, Sônia reforçou o caráter multiplataformas da programação televisiva contemporânea. “Muita gente não assiste mais TV só na TV. Hoje o público exige que nosso conteúdo seja cada vez mais divulgado no portal, e a tendência é que os conteúdos se espalhem por diversas mídias”, acrescenta a jornalista.

Em dia de largada para a venda dos Passaportes da Muvuca 2012, continuamos na contagem regressiva. Faltam 19 dias, mas ainda tem mais uma Muvuquinha pela frente. Nossa última parada antes da beira do rio será a UEPA, no dia 25. Design é a bola da vez. Depois disso, Muvuquinha só em 2013.

Texto: Gustavo Ferreira


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