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Muvuqueiros ouviram histórias e bateram um papo sobre literatura com a Profª Lívia na Saraiva Megastore. (Foto: Antonio Macêdo) |
A gente bem que
avisou. Mesmo diante do recado que a livraria Saraiva teria lugares limitados,
os muvuqueiros não desanimaram e compareceram em peso pra dialogar sobre Literatura
e Comunicação, ontem, dia 4. A nossa quinta Muvuquinha teve um gostinho todo especial de
bate-papo e aquele clima de boa história no ar.
Nossa convidada,
Profª Drª Lívia Barbosa (UFPA), começou logo falando que não queria dar aos
muvuqueiros respostas prontas e sim, instigá-los com questionamentos e apontar
caminhos. Algumas dessas perguntas logo encucaram muita gente. Mostrando uma
campanha feita pela The United Colors of Benetton com o célebre personagem de
conto de fadas Pinóquio, a professora lançou no ar muitas questões: “até que
ponto podemos saber o que é mentira e o que é realidade? Até que ponto podemos
ter a ficção como mentira e a comunicação como verdade? Quando o homem começou
a sentir necessidade de se comunicar?”
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Profª Lívia Barbosa comentando sobre a tradição oral no Brasil. (Foto: Antonio Macêdo) |
Foi com gente
sentada até no chão da Saraiva que os tempos da caverna foram relembrados, época
em que os homens se reuniam ao redor de fogueiras para exercitar a comunicação
oral e transmitir os conhecimentos. A professora fez questão de dizer que, no
Brasil, a tradição oral ainda é muito grande por causa dos altos índices de
analfabetismo. “Nos tornamos um povo de ouvintes e espectadores”, o que explica
a grande paixão dos brasileiros pelo rádio e TV.
Quem tava na
Muvuquinha Saraiva também pôde acompanhar uma retrospectiva, da época em que os textos literários eram presença forte nos
jornais no século XIX, indo até a década de 1960, onde surgiu o chamado New Journalism, praticado por nomes como
Truman Capote e Tom Wolfe, que misturavam em suas obras a apuração jornalística
com romance literário. Lívia também mostrou textos publicitários feitos por
escritores como Casimiro de Abreu e Olavo Bilac, fazendo os muvuqueiros caírem
na gargalhada com os anúncios dos “Fósforos Brilhante” e do “Xarope Bromil”.
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O público interagiu e contribuiu com o bate-papo. (Foto: Antonio Macedo) |
E, como não
daria pra sair imune a todas essas informações, rolou muita pergunta
interessante ao final. Uma delas foi de que forma a Comunicação podia mudar a
realidade de leitura do nosso país. “O profissional de Comunicação pode e deve
estimular a leitura. Preparar o paladar dos leitores, popularizar a ideia,
propor novos formatos”, respondeu Lívia. Para ela, a leitura ainda na
pré-escola também seria um antídoto para estimular o hábito de ler entre os
brasileiros. “O contar histórias contribui para a formação de um público
leitor”, falou a professora.
Pra finalizar,
Lívia disse que a Literatura sempre anda junto da Comunicação. “Esta é uma
grande dupla que vai continuar se abraçando”.
Curtiu? Estamos
caminhando para a reta final, muvuqueiros! A próxima (e penúltima) Muvuquinha
vai ser especialmente pra galera que se liga em televisão e adora puxar altos
papos sobre ela. Dia 12 (quinta), às 19hs, a gente se encontra na Feapa.
Texto: Karina Menezes
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