segunda-feira, 9 de junho de 2014

Entre sons e imagens na 3ª Muvuquinha

Texto: Felipe Jailson / Fotos: Isabella Moraes

Um lugar exalando música para uma Muvuquinha no mesmo timbre. O Estúdio da Ná Figueiredo, acostumado a receber as apresentações de diversas bandas, dessa vez, foi palco da discussão sobre videoclipes no Pará promovida pela Muvuquinha #03: Vide-o-clipe, com mediação de Helder Ferreira e que trouxe muitas novidades para os muvuqueiros.


Eu sou um cara apaixonado por audiovisual, acima de tudo”, disse Leo Chermont, músico da banda Strobo, que abriu o debate fazendo um passeio pelos clipes de suas músicas. “A energia de tocar ao vivo era o que a gente queria mostrar”, conta Leo sobre o clipe “Bizarro Dance Club”, que em apenas 12 horas foi concebido, gravado, editado e postado. Energia presente em todas as apresentações da Strobo, que segundo ele, sempre têm algum tipo de registro audiovisual. “É o que torna o som palpável”.


Para Duque Estrada, da recém-criada produtora Muamba Estúdio, esse tipo de registro é muito importante. Mesmo ressaltando a qualidade que a produção de um videoclipe demanda, e que segundo ele é o grande objetivo da Muamba, para o editor, todos têm que colocar as mãos na massa e experimentar.

Entre essas experimentações, uma que marcou uma ruptura no modo de se retratar a cidade de Belém em videoclipes, destacada na fala do jornalista Felipe Cortez, da TV Cultura. Os cortes frenéticos e a montagem rápida do clipe “Pescador” da banda Delinquentes misturaram o carimbó ao punk, mostrando a relação da cidade com o rio de uma maneira até então não vista, depois de uma geração de bandas das décadas de 80 e 90 que já haviam criado um jeito bem particular de mostrar Belém. Segundo Felipe, essas rupturas são resultado do trabalho de diretores paraenses como Robinson Fonseca e também de André Genu, que influenciou uma geração de produtores.

Da esquerda para direita: Léo Chermont, Helder Herrera, Felipe Cortez e Duque Estrada.

Produtores que, para Duque Estrada, devem estar preparados para todos os improvisos e imprevistos que ocorrem em qualquer obra audiovisual e também para o longo processo que é a sua produção. Tendo como exemplo o clipe de Concurso, da banda Molho Negro, Duque explicou que, depois de todo o processo de roteiro, planejamento, busca de atores e locações, se chega apenas à metade do caminho. “Tem coisas que só acontecem na edição”, contou ele. Só a do clipe Concurso, durou 15 dias.

O debate seguiu com as perguntas dos muvuqueiros. Entre as conclusões, a liberdade de criação que a produção de videoclipes proporciona para seus produtores, mas também a atenção que eles requerem na hora de serem distribuídos, assim como a importância de conhecer os músicos para os quais se está produzindo. Para Leo Chermont, Belém ainda está aprendendo a lidar com algumas burocracias dessa área, mas a qualidade do que é feito por aqui, só tem aumentado. “É importante não ter medo de errar”, conclui o músico.

Essa foi a última Muvuquinha. Calma, apenas do primeiro semestre. E quem disse que Muvuquinha tem que ser somente mesas de debate? Em breve, novidades serão anunciadas aos muvuqueiros. É só aguardar e ver.





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