sábado, 26 de abril de 2014

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Muvuchileiros 01: Na trilha do publicitário Filipe Almeida


Tás a fim de mochilar, muvuqueiro? Pegar só o básico e sair por aí? É, eu sei, já deves ter pensado em todas as dificuldades de botar isso em prática. Mas não tem problema não. Que tal começar a mochilar aí mesmo da tua casa?

Estreia hoje, a sessão “Muvuchileiros”, entrevistas com pessoas que perderam o medo de ser felizes e meteram o pé na estrada. De intercambistas a viajantes independentes, como é o caso do Filipe Almeida, publicitário que está há seis meses numa viagem pela América Latina. Dá uma lida aí, quem sabe tu não te inspira e vai mochilar também?
Foto: Acervo Pessoal
Muvuca: Tu lembras qual foi a primeira viagem da tua vida que te marcou bastante? 
          Foi uma viagem que fiz à Fortaleza pro Encontro Regional de Estudantes de Comunicação. Trocamos muita coisa, conheci pessoas fantásticas que viviam em realidades completamente diferentes da minha. Foi aí que a minha mochila nunca mais ficou empoeirada.

Muvuca: O que tu sentes quando viaja? 
          É meio clichê dizer isso, mas eu nunca saí de uma viagem sem aprender algo novo. Acho que essa ansiedade do que está por vir sempre vai estar comigo. Pra mim isso ajuda a gente a multiplicar nossas formas de olhar e entender o mundo. Isso me faz sentir parte algo maior, me faz sentir incrivelmente vivo. 
Foto: Acervo Pessoal
Muvuca: Qual a viagem que está fazendo agora? Como ela começou e porquê? 
          A minha vida até então tinha tudo como manda o protocolo: terminei o curso de Publicidade em Belém, fiz especialização e trabalhei em empresas em SP. A cidade monstra me ensinou muito, mas me cansou profundamente e decidi que não ia doar a minha juventude praquele lugar. Tinha acabado de ler “As veias abertas da America Latina” do Eduardo Galeano e tive a ideia de usar ele como guia de viagem pra tentar percorrer os mesmos lugares com meus próprios olhos. Faz seis meses que ando pela América do Sul de ônibus, passei por Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai, Bolívia e Peru, penso em subir até a Venezuela, mas não sou muito bom com planos. Acho que no começo era uma viagem, mas neste momento só digo que estou vivendo por aí. A única coisa que me faz querer dar um tempo desse projeto de vida é a saudade mesmo.

Muvuca: De que forma a vontade de conhecer outros lugares, como a América Latina, te ajudou na profissão que escolhestes? 
          Primeiramente a consciência de ser latino americano, isso te prepara pra trabalhar a nível global, abre a mente, aumenta o seu networking e te faz entender que você pode ser o que quiser em qualquer lugar. Sobretudo, essa experiência tem sido uma profunda pesquisa cultural e visual. Pretendo ir soltando aos poucos os frutos dessa pesquisa.
Foto: Acervo Pessoal
Muvuca: Qual o objetivo e quando surgiu a ideia de contar tuas experiências no Histórias do Sul do Mundo
          É mais um registro de experiência sem nenhuma pretensão. Acho que passei por muitas coisas que me modificaram, os textos e as fotos são a forma que encontrei pra digerir tudo isso. Não é um blog de viagem porque não tem dicas, rotas ou orçamentos, são mais artigos que talvez formem o “TCC” dessa minha “especialização” em America Latina.

Muvuca: Quem tu és depois de toda essa experiência? 
          Com certeza alguém muito mais empoderado e menos temeroso a respeito de mudanças radicais. Hoje tenho muita certeza do que eu quero pra mim e mais ainda do que eu não preciso.

Muvuca: Que tipo de jornada tu recomendarias para os muvuqueiros? 
          Qualquer uma que seja a do olhar, talvez o olhar pra dentro antes de tudo. Quanto a questão de viagens em si, se você tiver tempo, recomendo fugir de pacotes de viagem.

Muvuca: E quando acabar essa viagem, qual a próxima? 
          Pretendo passar um bom tempo em Belém, chega de saudade!


Foto: Acervo Pessoal

Foto: Acervo Pessoal


Foto: Acervo Pessoal


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