Dia 11 de maio, eles não puderam estar em carne e osso na
Muvuca 2013, mas prometeram remediar isso. E foi com a frase “Nós viemos fazer
as pazes com vocês”, que Nô Lopes e Lucas Liedke iniciaram a palestra “Apresentação
Box1824: inovação em metodologias de pesquisa e análise de tendências", na
nossa Pós-Muvuca, na última sexta. Se existe maneira melhor de fazer as pazes
do que essa palestra, a (Des)Organização ainda não conhece.
"Concentração" define. Muvuqueiros ligados em Lucas Liedke e Nô Lopes. |
SOBRE PILARES E PESQUISAS
Pra começar, Nô Lopes (com um botton da Muvuca no peito e
espírito de um verdadeiro muvuqueiro), falou sobre os pilares que sustentam a
Box1824, agência nascida em Porto Alegre e especializada na pesquisa de
tendências de consumo. Nô apontou três pilares: “Cadeia de influência”, “Entrevistador
= Entrevistado” e “Centro Primário de Influência”.
Nô Lopes apresenta a Box 1824 |
Sobre o primeiro, Nô explica o foco de público procurado
pela Box. “Chamamos de betas, que absorvem o que é criado pelos alfas e disseminam
a informação”, diz o publicitário.
O segundo é sobre a maneira de pesquisa em campo da agência. “Não trabalhamos num ambiente comum. Vamos até o ambiente do pesquisado e buscamos pessoas que os entendam para assim nos aproximarmos”, conta.
Para finalizar, o terceiro pilar identifica a faixa etária mais influente e que dá nome à agência: jovens entre 18 e 24 anos. “Os mais curiosos, os mais abertos ao novo”, explica.
O segundo é sobre a maneira de pesquisa em campo da agência. “Não trabalhamos num ambiente comum. Vamos até o ambiente do pesquisado e buscamos pessoas que os entendam para assim nos aproximarmos”, conta.
Para finalizar, o terceiro pilar identifica a faixa etária mais influente e que dá nome à agência: jovens entre 18 e 24 anos. “Os mais curiosos, os mais abertos ao novo”, explica.
Entre os núcleos da Box1824, ele enumera o de Pesquisa
Qualitativa, o de Pesquisa Quantitativa e o Trend’s Research, que trata de
“olhar para o mercado, identificar as manifestações, amarrá-las e assim,
descobrir tendências”, explica. Quem dirige esse núcleo na Box1824, é Lucas
Liedke, que assumiu a palestra depois disso.
DIGITAL NATIVES E INTERCONEXÕES
Todo muvuqueiro já ouviu falar do vídeo “All work and all play”, feito pela Box1824, né? Foi citando ele que Lucas ilustrou quem é o
jovem de hoje e qual sua relação com o trabalho. Depois de 1989, ano que, para
ele, é decisivo (“Além da Queda do Muro de Berlim, muitas utopias caíram e a
globalização acelerou de uma forma incrível”), nasce uma nova geração de
pessoas, os “Digital Natives”.
Lucas Liedke explica o poder dos Digital Natives |
Digital Natives são pessoas com “uma nova forma de pensamento”. Com eles, o mundo do consumo e das pesquisas de tendências começa a
lidar. Como entendê-los? A Box sistematiza da seguinte forma: Drivers do mundo
digital > geram comportamentos > que nortearão valores profissionais para
exercermos o nosso trabalho. Da mesma forma que programas comandam
computadores, assim os drivers do mundo digital coordenam a geração de Digital
Natives. Lucas listou quatro drivers e como eles ajudam a entender quem são esses jovens.
ENTENDENDO O JOVEM CONSUMIDOR
1. Interconexão: Conquista de territórios por meio da
internet. Mais do que a chave do quarto, ou da casa, agora os jovens têm a
chave do mundo. “Uma geração global de estéticas parecidas”, define. Entre os
valores que esse driver gera, estão: comprometimento com a evolução da
sociedade, espírito colaborativo, hierarquia consciente e expansão global de
repertório. “O mercado está mudando e nós somos os agentes dessa mudança”,
explica.
Drivers geram comportamentos que geram valores |
2. Linguagem não-linear: Segundo Liedke, vivemos uma “forma
orgânica de se relacionar com o conteúdo”, onde usuários navegam livremente
entre abas, hiperlinks e hipertextos.
Hibridismo, mentalidade flexível, inovação em projetos x carreira linear
e maior prazer na trajetória do que num objetivo final são os valores desse
driver.
3. Era da Transparência: Na época onde o acesso à informação
é mais fácil, empresas se preocupam com o que o consumidor (“Onipresente,
onisciente e onipotente”) acha delas. Nessa geração que sabe tudo e quer fazer
o impossível, a Box identifica os valores do empreendedorismo, da economia
criativa, da informalidade e do uso livre da informação.
4. Forever Beta: “As coisas nunca estão completamente
prontas, elas vão se aperfeiçoando.” Esse é o espírito de um beta. Em uma época
de otimismo baseado em ações e onde a cultura dos games invade o nosso cotidiano,
ser beta é uma rotina. Feedbacks constantes, adaptação dos dois lados do
relacionamento profissional, renovação de projetos e desejo por inovação são
valores que os betas buscam e as empresas também devem buscar, afinal, é com
esse público que temos que lidar daqui pra frente.
"Qual o seu propósito?" |
E onde nos encaixamos nisso? Bom, Lucas Liedke e Nô Lopes
encerraram a Pós-Muvuca com uma provocação positiva: “Qual o seu propósito?”.
Ao conhecermos isso, saberemos como lidar com nossas próprias características e
com as características do mundo que nos cerca, para assim, pensar em alguma
maneira de atuar nele. Entre as várias tendências comunicadas pela Muvuca na
Cumbuca 2013, essa foi a última em forma de palestra. A (Des)Organização deseja
que muitas manifestações sejam geradas daqui pra frente. Até 2014, muvuqueiro.
Fotos: Tarcízio Macêdo / Texto: Felipe Jailson
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