Todos nós temos uma espécie de “fome do novo”, estamos
sempre querendo altas doses de ineditismo, correndo atrás do que nunca se viu
antes, do que vai ser a próxima tendência. A internet nos deixa conhecer cada
vez mais coisas, que podem se tornar a novidade da semana. A pergunta é: o que
é novidade hoje, quando parece que estamos imersos em um grande déjà vu?
O Velho Guerreiro sempre teve razão ao dizer que “nada se
cria, tudo se copia”. O que é o telefone celular, senão uma versão miniatura
dos antigos telégrafos? Ter bases culturais, ter um histórico, não são
escolhas, são consequências do tempo. As invenções de hoje são, na verdade, o
manequim de ontem com uma roupa nova, com cheiro de loja.
Fonte: (sucessoretro.blogspot.com)
Aliás, a moda é um dos mais claros exemplos de como estamos ligados à
nossas heranças, mais até que imaginamos. A tendência da próxima estação já era
tendência no tempo dos meus avós. Os estilos se reciclam, vão e voltam, se
reinventam. Na música, a mesma coisa. As festas Rock 80, os Bailes da Saudade
lotam por aqui, e por pessoas que nem eram nascidas quando aquele hit dos
Paralamas estourou, ou quando o Michael ainda era negro.
Não há PS4 que tire o encanto de um bom e (bem) velho
MegaDrive. Em tempos de megapixels, a sensação é o Instagram. “Flashback”,
“vintage”, “retrô”, palavras que nunca foram tão usadas quanto hoje, em tempos
de teclados virtuais e comandos de voz. É o Big Brother, que George Orwell
ousou prever quando a TV no Brasil ainda nem existia. É o remake da novela, é o All Star que nunca envelhece.
No dicionário, tendência significa algo como “força que te leva a algum lugar”. E quem disse que esse lugar precisa ser o futuro? Apontar tendências não é apenas dizer para onde vamos, é também entender de onde viemos, o que a humanidade construiu nesse tanto de séculos já vividos. Olhar pra frente é, antes de qualquer coisa, olhar pra trás.
No dicionário, tendência significa algo como “força que te leva a algum lugar”. E quem disse que esse lugar precisa ser o futuro? Apontar tendências não é apenas dizer para onde vamos, é também entender de onde viemos, o que a humanidade construiu nesse tanto de séculos já vividos. Olhar pra frente é, antes de qualquer coisa, olhar pra trás.
Gustavo Ferreira, estudante de Jornalismo da UFPA e estagiário da TV Liberal
Autor dos blogs Etc. e Repórter E
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