quinta-feira, 5 de abril de 2012

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Literatura e comunicação são temas da 5ª Muvuquinha


Muvuqueiros ouviram histórias e bateram um papo sobre literatura com a Profª Lívia na Saraiva Megastore. (Foto: Antonio Macêdo)

A gente bem que avisou. Mesmo diante do recado que a livraria Saraiva teria lugares limitados, os muvuqueiros não desanimaram e compareceram em peso pra dialogar sobre Literatura e Comunicação, ontem, dia 4. A nossa quinta Muvuquinha teve um gostinho todo especial de bate-papo e aquele clima de boa história no ar.

Nossa convidada, Profª Drª Lívia Barbosa (UFPA), começou logo falando que não queria dar aos muvuqueiros respostas prontas e sim, instigá-los com questionamentos e apontar caminhos. Algumas dessas perguntas logo encucaram muita gente. Mostrando uma campanha feita pela The United Colors of Benetton com o célebre personagem de conto de fadas Pinóquio, a professora lançou no ar muitas questões: “até que ponto podemos saber o que é mentira e o que é realidade? Até que ponto podemos ter a ficção como mentira e a comunicação como verdade? Quando o homem começou a sentir necessidade de se comunicar?”

Profª Lívia Barbosa comentando sobre a tradição oral no Brasil.
(Foto: Antonio Macêdo)
Foi com gente sentada até no chão da Saraiva que os tempos da caverna foram relembrados, época em que os homens se reuniam ao redor de fogueiras para exercitar a comunicação oral e transmitir os conhecimentos. A professora fez questão de dizer que, no Brasil, a tradição oral ainda é muito grande por causa dos altos índices de analfabetismo. “Nos tornamos um povo de ouvintes e espectadores”, o que explica a grande paixão dos brasileiros pelo rádio e TV.

Quem tava na Muvuquinha Saraiva também pôde acompanhar uma retrospectiva, da época em que os textos literários eram presença forte nos jornais no século XIX, indo até a década de 1960, onde surgiu o chamado New Journalism, praticado por nomes como Truman Capote e Tom Wolfe, que misturavam em suas obras a apuração jornalística com romance literário. Lívia também mostrou textos publicitários feitos por escritores como Casimiro de Abreu e Olavo Bilac, fazendo os muvuqueiros caírem na gargalhada com os anúncios dos “Fósforos Brilhante” e do “Xarope Bromil”.

O público interagiu e contribuiu com o bate-papo.
(Foto: Antonio Macedo)
E, como não daria pra sair imune a todas essas informações, rolou muita pergunta interessante ao final. Uma delas foi de que forma a Comunicação podia mudar a realidade de leitura do nosso país. “O profissional de Comunicação pode e deve estimular a leitura. Preparar o paladar dos leitores, popularizar a ideia, propor novos formatos”, respondeu Lívia. Para ela, a leitura ainda na pré-escola também seria um antídoto para estimular o hábito de ler entre os brasileiros. “O contar histórias contribui para a formação de um público leitor”, falou a professora.

Pra finalizar, Lívia disse que a Literatura sempre anda junto da Comunicação. “Esta é uma grande dupla que vai continuar se abraçando”. 

Curtiu? Estamos caminhando para a reta final, muvuqueiros! A próxima (e penúltima) Muvuquinha vai ser especialmente pra galera que se liga em televisão e adora puxar altos papos sobre ela. Dia 12 (quinta), às 19hs, a gente se encontra na Feapa. 

Texto: Karina Menezes


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